sábado, 21 de abril de 2012

O Meu mundo

No meu mundo há Luz, transparecia, silêncio e visão!

Todos os dias reparo em mais um detalhe e assim me destruo para construir.
Pergunto, o que passou por mim? Sem resposta listo:

- Um dia em que caminho sozinha
- Uma imagem maternal em causa
- Uma crença descrençada
- Uma segurança noutro continente
- Um peso nas costas que me acompanha
- Um íman de deslocação
- Um conforto
- Uma forte união estilhaçada
- Um estou aqui para ti
- Um principio do fim
- Um valor desnutrido, não reconhecido
- Os Pilares
- Uma escola de vida
- Uma distância de mim
- Um querer estar aqui!




Passagem das horas

Trago dentro do meu coração,

Como um cofre que não se consegue fechar de cheio,

Todos os lugares onde estive,

Todos os portos a que cheguei,

Todas as paisagens que via através de janelas e vigias,

Ou de tombadilhos, sonhando,

E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.


Álvaro de Campos

Passagem das horas, 1916





segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Farol

"Faróis distantes,
De Luz subitamente não acesa,
De noite e ausência tão rapidamente volvida,
De noite, no convés, que consequências aflitas!
Mágoa ultima dos despedidos,
Ficção de pensar (...)"

Álvaro de Campos
Faróis distantes, 1926

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Ditados populares

Hoje pensei em falar só através de proverbios, talvez escrever uma carta...

Quem sabe? A sabedoria popular!

"O homem comum fala, o sábio escuta e o tolo discute"

"Quem sabe esperar, o tempo abre portas"

"Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida"

"As estrelas não estão mortas só porque o céu está nublado"
"Uma longa viagem começa por um passo"

"Não basta dirigir-se ao rio com vontade de pescar, também é preciso levar a rede"

"Sensura os teus amigos na intimidade, elogia-os em público"

Em construção...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Intemporal

Para Napoleão Bonaparte
Enviada de Navarra, em Abril de 1810
Milhares e milhares de agradecimentos carinhosos por não te teres esquecido de mim.
O meu filho trouxe-me agora a tua carta. Li-a com excitação, e, no entanto, gastei muito tempo com ela; pois não havia nela uma palavra que não me fizesse chorar. Mas essas lágrimas eram tão doces.
Encontrei novamente o meu coração, e como ele sempre será; há sentimentos que vivem por si mesmos e que só podem terminar juntamente com ele.
Ficaria eu em desespero se a minha carta do dia 19 te tivesse desagradado; não me lembro exactamente das expressões que usei, mas conheço cada sentimento doloroso que me ditou as palavras, fruto do desapontamento de não ter recebido notícias tuas. Escrevi-te aquando da minha partida de Malmaison; e, desde então, quantas vezes não desejei ter-te escrito mais vezes! Mas entendo os motivos por detrás do teu silêncio, e temia que uma carta tua me pudesse deixar triste. A que te envio foi revitalizadora para mim.
Fica contente; tão contente quanto mereces; é todo o meu coração que fala contigo. Tu também me deste a minha dose de alegria, uma partilha sentida vividamente; para mim, nada iguala uma demonstração da tua lembrança.
Adeus, meu amigo; agradeço-te com tanto carinho quanto o amor que sinto por ti.
Josefina
in Cartas de Amor de Grandes Mulheres

sábado, 25 de julho de 2009

Sem pretensões

O dia não tem fim...As luzes da Vera, há muito que não reluzem, piscam, acendem e apagam. Sem pretenções de parecer uma inquieta gambiarra, activo esta energia para falar dos meus tempos..

Há precisamente um ano atrás estava eu no vacum do espaço, na maior solidão de um lugar central de um airbus e numa ansiedade... que ansiedade... só nós sabemos, eu e o que me segue.

As saudades eram tantas.. o desejo de rever tudo e todos levou-me a um verão estonteante e por consequência um ano estonteante, também.

Estava tudo embalado e guardadinhho em caixas de cartão, com conteudo fragil. Por um rasgo abertas, havia que arrombar... estrilhaços que até hoje colo e mais hei-de colar.

Continuarei...

terça-feira, 30 de junho de 2009

Eles andam por ai

"Lobos com pele de cordeiro"

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Museu Design e Moda

Na patine carimbada pelo velhinho banco do ultramar, eis que surge a mais recente área museológica da capital. MUDE.
Num solarengo feriado, eu, em boa companhia, MUDEI.

"O MUDE, Museu do Design e da Moda abre as suas portas a 22 Maio de 2009.
Mesmo antes do início das obras de adaptação definitiva da antiga sede do BNU, na Rua Augusta, às suas novas funções museológicas, o MUDE passará a oferecer uma programação contínua onde estão presentes as diferentes perspectivas e linguagens do design.
A exposição inaugural Antestreia. apresenta um conjunto de peças de Corbusier a Azzedine Alaïa que permitem visitar histórias e acontecimentos do século XX e XXI, a partir dos objectos que as viveram ou foram usados pelas muitas pessoas que, no passado foram dessas histórias também actores. Aqui o acervo de moda tem um lugar de destaque pois, é a primeira vez que é apresentada ao público.
Maio é também o mês do novo catálogo do MUDE, com um conceito, formato e forma de distribuição inovadores.

EXPOSIÇÃO Antestreia Comissariado: MUDER. Augusta, 2422 Maio a 11 Outubro

A primeira exposição do MUDE é programada para a Antiga Sede do BNU, permitindo a visita a este edifício, antes do início das obras definitivas. A proposta explora as relações entre o design, as artes, a política e o contexto socioeconómico. Com os interiores ainda descarnados e destruídos, cabe aos objectos e só a eles revelarem-se, mais as histórias que têm para contar."
Sugestivo...

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Vice/Versa

Tu podias ser eu e eu podia ser tu...
Será que nos compreenderíamos melhor?
Eu seria capaz de ignorar como tu e tu de amar como eu.
Porquê?! Porque ambos temos membros, ambos fomos crianças, pelas mesmas necessidades passaremos... Pois a vida é talhada por nós e é ela quem nos talha, numa troca por troca, num põe-te no meu lugar!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

E Segue.

O faz de conta desta vida...
O faz de vida, o faz de conta!

Cresce, cresce..
Sobe como um balão.
Bate no galho e cai cai cai o balão,
Desce, desce, desce...

Agora escreve porque não fala
E segue.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Sopro de vida

Um lista de objectivos, durante a época de exames, exigiu de nós alguns compromissos.
Um dos itens riscados foi o de subir a Pedra da Gávea.
Quarta feira, depois de um curto dia de trabalho no atelier, mais uma vez mexendo na futura biblioteca do Complexo do Alemão, corri para casa para preparar a mochila que traria lá de cima preciosas imagens da cidade do Rio de Janeiro.
Um guia com dois amigos, uma Van até ao ponto de cota 0, umas boas pernas, água e uma boa dose de respiração eram essenciais à minha sobrevivência.
Em 15 minutos, mal conseguia entrar o oxigénio da Floresta da Tíjuca, mas pouco a pouco o metabolismo progrediu, mal se avistou a parede de escalada, tudo se recompôs... pé ante pé, pulando raízes centenárias e escorregando em formações calcárias, o mais desejado era chegar ao topo da pedra chanfrada, a 814m de altitude, que diariamente avistamos da Lagoa Rodrigo de Freitas e que ao longo de um ano foi desejada.
Já próximo do cume e com o sol a pôr-se sobre a serra da Vagem Grande (Barra da Tíjuca), a adrenalina cresceu ao ponto de fazer recuar e valorizar cada segundo em terra firme, sobre a horizontal... naquele momento qualquer brisa arrastaria o lado psicológico ao abismo... havia que acreditar e fazer valer a coragem e a força de querer superar mais e mais obstáculos.
E ai... sem mais nem menos, o Céu era nosso... era de que quem teve a audácia de arriscar e brincar com a sorte! Surpreendente!


segunda-feira, 7 de julho de 2008

Sabedoria popular

"O Brasil é como a cachaça, uma droga a que você acostuma."
Tio Sam

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Recta final



RECTA, porque nos meus dicionários, mesmo depois de 11meses lidando com uma das grande degenerações do português e um acordo ortográfico revolucionário, continuo a reproduzir o que pelos demais precedentes me ensinaram. Mudanças fazem a história e esta não será excepção para muitos, mas garanto que será para mim.
Convivendo com quem me obrigue a escrever mal a minha língua, não consigo!
O tempo passa e de dia para dia se aproxima o regresso à terrinha.
A todos informo que no próximo dia 25 de Julho chego ao aeroporto de Lisboa, no voo TAP 179, ás 12horas e 40 minutos... arriscado, publicar... mas que se dane o risco... arriscar é aqui... e quem me desafiar estará em risco!

Agora, é hora de estudar e acabar tudo o que, neste lado do oceano, comecei...
Toca a preparar as cornetas, porque estou chegando!
Com um baú cheio de estórias para contar...
Quem sabe um dia não acabe por contar a de uma menina e a de uma favela?!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

As 3 Marias

"Em... Minas Gerais"

"Em... Petrópolis"

"Na... Biblioteca Nacional"

"Em... Ipanema"

" No... Sambinha do O da Graça, no Horto"

" No... Cristo Redentor"



segunda-feira, 16 de junho de 2008

P´ra lá de onde o sol nasce

"One stop now"

"Comparsas"

"Elas"

"Xaram"

" Aquelas fotografias de família"

"Potencial pousada"

"As namoradeiras"
Os dias começam cedo.

De há precisamente sete dia para cá, seis ou sete da manhã são boa hora para ouvir a apantufada mamã re-mexer alhos e bugalhos numa inquietação estonteante. Paulicha comparsa e amiga de p'ra lá de onde o sol nasce, aproveita só mais uns minutos e Vericha refila, resmunga e solta o mau feitio.

Já que... se acorda... toca a levantar e conferir todos os cantinhos da cidade.

Os últimos dias foram passados em Minas Gerais, território p'ra lá de onde o sol nasce e próximo do p'ra lá do nascer do sol e da história de um Império Barroco. Havia por xecar BH, São joão del Rei, Tiradentes e Ouro Preto e nada como um dia preenchido para se recolher toda e qualquer modernidade cultural avanços e recuos do "Pai nosso de cada dia".

Retornando... o programa carioquinha... praia, teatro, musica e caipirinha e... muito mais se segue, por mais seis dias.

sábado, 31 de maio de 2008

A maquilhagem sai / A cortina cai

Sabiam que a maquilhagem sai?
Não há risco que dure, blush que não mescle gola de camisa ou rimel que não cubra as pestanas, carregando as pálpebras com o peso do disfarce.
Mesmo Chanel...
Duração, não vem na embalagem do produto... vem na prespicácia do olhar mais atento!
Como em qualquer peça teatral, bailado ou aparição... Não passa de um mundo de ILUSÃO.
A qualquer momento a cortina cai. E ai?
Sem protecção... Há que costurar uma nova fantasia! Há que voltar a entrar no ciclo, voltar a representar sem parar, para se escapar a todos os olhares e não desiludir todos os que não vivem num mundo de ILUSÃO!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Tratados da Terra e da Gente




Fernão Cardim foi um missionário jesúita português do século XVI, que na rota de Pedro Álvares Cabral, viajou... originando diversos manuscritos, com informações sobre a vida da Colónia, o índio e a natureza do Brasil.
Descreveu e reconheceu «...neste Brasil é já outro Portugal».
Velhos tempos...
Hoje, uma infinidade de características separam, se assim o analisarmos, um Portugal formal de um Brasil informal. A diferença entre o legal e o ilegal.
A mesma raiz com degenerações... um tradicional, outro multi-cultural.
Falando de Terra e de Gente há que combinar a informalidade! De relações e de espaço!
Acrescentam-se dados á problemática social vivida no Brasil, reflectidos no espaço fisíco.
Segundo Pimenta em 1926 (num estudo médico sobre a cidade), o Rio de Janeiro nos anos vinte, vivia e sentia-se a discriminação social em favelas, pois eram vistas como “amontoados de imundices e podridões…”, conferindo à favela o carácter de lugar que nada tem.
Mais tarde, apartir da década de 40, sente-se a mudança de mentalidades.
Num espaço de setenta anos revela-se uma maturação de reflexões, que gradualmente se fizeram sentir sem nunca se definir se a favela seria realmente uma “cidade à parte”, discutindo a sua integração.
Na década de setenta, Perlman, lança a “teoria da marginalidade urbana”, como uma tentativa de reconhecimento das diferenças e semelhanças entre favelas e bairros como uma afirmação de "Poder".
Hoje em dia uma série de termos completam um vocabulário alusivo a favelas, prestigiando as favelas com a expressão “gueto” numa descrição de “exclusão social” e “nova marginalidade”, ou Comunidade numa atitude de aceitação, compreensão, conivência e cooperação, porque qualquer termo remete para a criação de mitos relativamente a este fragmento de cidade.
Contudo, há esforços comuns que reunidos formulam propostas como o programa "Favela-Bairro" (comparticipado pela Prefeitura do Estado do Rio de Janeiro) em locais onde se anseia uma libertação, apelando a garantias de qualidade de vida das populações os ocupam.
Será que o "Favela-Bairro" em curso há 12 anos, concretiza os seus objectivos?
Será possível, neste cenário, o planeamento urbano, como solução?
Questiono-me sem obter respostas concretas, mas depois de conhecer de perto a Comunidade Fernão Capim, acredito em mutação. Quer concorde ou discorde, apontando consequências benéficas ou maléficas do programa, em Fernão Capim o "Favela-Bairro" não é um mero exemplar, Fernão Capim marca a diferença.
Os meus últimos pareceres resultam de um olhar atento, de 10 meses.
Revendo-me no missionário que dá nome a uma das comunidades da zona norte da cidade do Rio de Janeiro, concordo em muito com a familiaridade que sinto neste país, convivendo com esta gente... e não deixo de ressaltar a dinâmica em falta na minha origem e a previabilidade de situações que organizam toda uma sociedade, que como Alberto Caeiro, vê no "Fado a criação de uma dor para curar outra dor", eu vejo como uma necessidade de um re-design de mentalidades.

sábado, 17 de maio de 2008